Duas palmas da mão de conversa
Daqui a meio ano mais coisa, menos coisa não, vou estar a entrar para uma faculdade qualquer, penso eu.
Mas será mesmo preciso?
Jornalismo, comunicação social, antropologia e mais uma porrada de cursos atravessam-se á minha frente, atropelam-me e depois fogem a correr sem sequer dar tempo que lhes tirar a matricula.
Bem, eu não sou engenheira podia ir para primeira ministra se tivesse quem votasse em mim mas não é assim que me grita a voz que me entra pelo ouvido…
O que eu gostava mesmo de fazer, não sei se para toda a vida, mas pelo menos enquanto desse para pagar as contas era… como eu hei-de dizer… sei lá como se chama essa profissão… bem…tipo… estão a ver aqueles senhores que estão nos programas para reformados e emigrantes da manhã e da tarde a bater palmas euforicamente? Aqueles que nas histórias mais dramáticas deixam cair uma lagrimazinha no canto do olho mas quando entra o cantor eles pulam das cadeiras (os que têm direito a cadeira) e vão cantar e dançar em coreografia e até batem palmas mais euforicamente daquelas que bateram antes? Isso.
Não sei quais os requisitos, mas, pela complexidade da tarefa acho que possuo de capacidades suficientes para a desempenhar.
Esta paixão por fazer figurinhas de fundo de um programa não surgiu assim ontem á noite… já ando, para aí ou mais, á uma semana a pensar nisto…
Tiro a licenciatura num curso de ciências sociais e vou para as caixas do Jumbo ou encurto a carreira académica e sigo a toda a força para uma televisão qualquer para pedir que me dêem emprego para bater palmas? E com um bocadinho de sorte ainda faço de figurante numa novela.
Ui! Agora a pensar bem… até onde posso chegar?!
Um caso a pensar com calminha.